MEU
CACHORRO NÃO É MAU
(Asor Almeida)
Meu cachorro não é MAU
Ele é muito BOM
Ele faz AU AU
Quando ouve muito som.
Meu cachorro não faz MAL
Ele só faz BEM
Vive para mim
E para você também.
O aprendiz que habita em mim
Esculpido
pelo autor da criação
Pincelado
em tom neutro ou carmim
Pintado em
várias demãos
O
aprendiz que habita em mim.
Submerso
em várias camadas
Com cores
de uma aquarela
Pinceladas suaves ou retocadas
Ora verão, ora primavera.
Entre a
razão e a emoção
Sapiência
que a vida traz
No alcance
de cada aspiração
Uma
camada se desfaz.
Desde a
mais tenra idade
A vida é
o curso de um rio
Por ela tenho
curiosidade
E suas
nuances aprecio.
Desbravador
do mundo
Vivo com
ímpeto e fervor
Satisfaço
desejos profundos
Sou ora
guerra, ora amor.
Aprecio
cores e formas
Aprovo
suas texturas
Por vezes
burlo as normas
Compondo
tramas e tessituras.
Uso as
vivências como motriz
Com
mansidão ou com ardor
Vou
colorindo em vários matizes
A tela de
um aprendiz desbravador.
Busco em
minha essência
Inspiração
e energia
Retrato
minha resiliência
Em cores
quentes ou frias.
Como uma
rosa sob o vento
Bela,
jovem e atrevida
Curto
cada momento
Descubro faces escondidas.
Análogo a
uma flor despetalada
Um novo
emboço aparece
Novas
facetas são reveladas
O
autoconhecimento acontece.
Percorro
curvas e retas
Sendo
aprendiz do meu eu
A
sabedoria é minha meta
A
maturidade é o apogeu.
Descobridor
de mim e da vida
Desvelo-me
em cada demão
Nessa
procura aguerrida
Encontro
minha melhor versão.
E o
aprendiz que habita em mim
Como uma
eterna criança
Registra
em capítulos sem fim
Memórias
de sua eterna infância.
Brado da fênix
No
princípio, fogo e paixão
Alfa
e ômega em perfeita sintonia
Construindo
um castelo de ilusão
Nas
brumas da falsa harmonia.
Sob
a máscara da gentileza
Um
lorde a cortejá-la com fervor
Mimos
e reverência a sua beleza
Na
trilha sonora,
serenatas de amor.
Elogios
são gotas de orvalho
Regando
o ego da flor enamorada
O
prelúdio romântico é um atalho
Que
a ilude e a deixa inebriada.
Ciúmes
alimentam a vaidade
Concebidos
como prova de amor
Ocultam
a macabra verdade
O
enredo de um filme de terror.
A
face cruel da violência
Aos
poucos vai sendo revelada
Agressões
substituem a reverência
De
súbito, a flor é despertada.
Grito
preso na garganta
Por
medo ou por amor silencia
Submissa,
seu flagelo se agiganta
O
machismo perpetua sua agonia.
O
amor torna-se cúmplice
O
medo seu grande algoz
Orbita,
num mutismo súplice,
Nas
teias de um destino feroz.
Crendo
que a dor seja passageira
Perde
aos poucos o vigor e a vaidade
Da
alienação vira uma prisioneira
Sacrifica
seu eu e sua sanidade.
Submersa
num mundo opressor
Oculta
marcas no corpo e na alma
Subjugada
pelo seu agressor
No
martírio, a fé lhe acalma.
No
caminho pavimentado por prantos
Gerados
pela violência física e moral
Descobrir
que se basta é um acalanto
É
desabrochar para uma vida normal.
Tendo
acesso ao conhecimento
Extrai
força de suas entranhas
Para
pôr fim ao sofrimento
E
do tirano superar as artimanhas.
Quebra
o silêncio, rompe as amarras
Um
brado ressonante da alma a ecoar
Sai
do jugo, solta-se das garras
Rumo
à liberdade, uma fênix a voar.
Asor Almeida
Viral
(Asor
Almeida)
Do alto de sua virulência
Um parasita pode se multiplicar
Provocando inúmeras doenças
E a vida humana complicar.
As patologias virais
Têm poder de letalidade
Ou apenas sintomas gripais
Com baixa agressividade.
Carga viral que ataca a imunidade
No convívio social é disseminada
Como prevenção à enfermidade
Restrição social é recomendada.
Se a ofensiva não for letal
Repouso e canja de galinha
Eis o tratamento ideal
Para pôr o vírus na linha.
Tendo potencial avassalador
Causa danos como
uma pandemia
Por ser altamente devastador
Exige cuidados com assepsia.
Porém, o vírus mais letal
É o que, nas redes sociais, viraliza
Pois os sintomas vão além do virtual
Sob seus efeitos, a honra agoniza.
Por ele é imposto o isolamento
Não para evitar a contaminação
Mas pela lei do cancelamento
Para que se alcance a “perfeição”.
VALEU, AMIGA!
Com um afago,
um sorriso,
durante a tormenta,
trouxe um sopro de paz.
Com um abraço,
um carinho,
na hora mais difícil,
mostrou-me que sou capaz.
Com um toque,
um ombro amigo,
movendo as pedras do caminho,
mostrou-se sábia e sagaz.
Você foi um alento,
um acalanto,
dando à vida encanto,
com um gesto vivaz.
Valeu, amiga!
Na minha trajetória,
você foi essencial!
Asor Almeida
UM SER CHAMADO MÃE...
Asor Almeida
Dotado,
por Deus, com superpoderes
Enviado
à Terra em missão especial
Seu
cartão de visita é o sorriso
Em
essência, um ser puro e sem igual.
Capaz
de renunciar a si em nome da prole
Com um
coração a pulsar forte e terno
Seu
amor encontra até quem se distancia
Cria a
impressão de que aqui será eterno.
Missão
cumprida, retorna aos braços do Pai
Deixando
saudade e a dor da sua partida
Sendo
alento e conforto lá do firmamento
Como
brisa, toca-nos seu amor sem medida.
Em nome dela
Após 80
anos de uma intensa jornada,
precisei
partir para, no alto, morar.
Para
muitos fui uma joia adorada,
ensinei
e aprendi a amar.
Relembrem
os belos momentos,
esqueçam
os que lhes fizeram sofrer.
Cultivem
boas ações e bons pensamentos,
descubram
o verdadeiro sentido de viver.
Construam
pontes para encontrar,
quem
ainda não se conectou.
Tornem
real o que não pude realizar,
mantenham
aquilo que se concretizou.
Quando
sentirem a dor da saudade,
busquem-me
num cantinho do coração,
estarei
lá para lhes devolver a felicidade,
com um leve sopro de emoção.