domingo, 3 de junho de 2018

Modernismo - 1ª geração


MODERNISMO


 

Movimento artístico, cultural, político e social (no Brasil e no mundo) no séc. XX.


MODERNISMO NO BRASIL


Dividido em 3 fases, de acordo com o contexto histórico.

Primeira fase (1922 a 1930)  ou Geração de 22;

Segunda fase (1930 a 1945) ou Geração de 30;

Terceira fase (1945 a 1960) ou Geração de 45.


 MARCO INICIAL:  Semana de Arte Moderna, em 1922 (baseada na ruptura, libertação da arte e, portanto, na renovação estética e consolidação de uma arte nacional). Recebeu influência das vanguardas artísticas europeias. Foi um movimento cultural, artístico e literário da primeira metade do século XX. A produção literária modernista destacou-se na poesia e na prosa rompendo com os padrões estéticos vigentes.

CONTEXTO HISTÓRICO


  •  Primeira  Guerra Mundial - 1914 a 1918

  •   Revolução Russa (levante popular contra a monarquia);

  •  Revolta do Forte de Copacabana (Movimento tenentista) - revolta de jovens militares- contra a perda de prestígio dos militares na república Velha, a crise no exército;

  •  Fundação do partido Comunista Brasileiro;

  •   Revolta paulista;

  • ·Criação da Coluna Prestes;

  •  Revolução de 30 – (Getúlio Vargas).


                       A LINGUAGEM DO MODERNISMO 
Despretensiosa e despreocupada com os padrões formais. Muitos escritores romperam com a sintaxe, a metrificação e as rimas.
Uso da linguagem coloquial, subjetiva, crítica, sarcástica e irônica.
A temática empregada no modernismo possuía sobretudo um caráter nacionalista-ufanista. Essa característica foi notada pela valorização da língua brasileira e do folclore, expressos pela liberdade formal dos versos livres e brancos (ausência de métrica e rima).
 

Os artistas modernistas que merecem destaque nessa primeira fase fizeram parte do chamado “Grupo dos Cinco”

            Autores:

·         Mário de Andrade (1893-1945)

·         Oswald de Andrade (1890-1954)

·         Menotti Del Picchia (1892-1988)

 

·  Pintoras:     

Tarsila do Amaral (1886-1973)

·  Anita Malfatti (1889-1964)


PRIMEIRA FASE DO MODERNISMO  (1922 a 1930) 

Fase de destruição/momento demolidor - Também chamada de Fase Heroica ou geração de 22. Foi a mais radical no rompimento com os paradigmas tradicionais.

A primeira fase modernista surgiu do anseio de um grupo de escritores por mudanças na literatura brasileira. Para a criação de uma literatura genuinamente nacional, pregavam a ruptura com os padrões clássicos impostos pela cultura europeia. Na linguagem, defendiam uma língua sem arcaísmos, livre de erudição.

Marco inicial: Semana de Arte Moderna/SP -  fev. de 1922  (Semana de 22).

No Modernismo várias obras, grupos, movimentos, revistas e manifestos ganharam o cenário intelectual brasileiro, numa investigação profunda e por vezes radical de novos conteúdos e de novas formas de expressão. Os principais nomes que se destacaram nessa fase foram:

                   Mário de Andrade;
                   Manuel Bandeira;
                   Oswald de Andrade ;
                   Alcântara Machado. 

Esses escritores defendiam propostas ideológicas distintas e formas diferentes de expressar o nacionalismo. Mas, em comum, havia a preocupação estética - defendiam a reconstrução da cultura brasileira sobre bases nacionais, revisão crítica de nosso passado histórico e de nossas tradições culturais, eliminação do complexo de colonizados e uso de uma linguagem própria da cultura brasileira.

CARACTERÍSTICAS DA 1ª GERAÇÃO MODERNISTA
·          
      Nacionalismo crítico e ufanista;
·         Valorização do cotidiano;
·         Resgate das raízes culturais brasileiras;
·         Críticas à realidade brasileira;
·         Renovação da linguagem;
·         Oposição ao Parnasianismo e ao academicismo;
·         Experimentações estéticas e renovações artísticas;
·         Caráter anárquico e destruidor - Ironia, sarcasmo e humor.
·         Uso de versos livres e brancos, abandono das formas fixas, ausência de pontuação;
·         Rompimento com o passado;
·         Orientação revolucionária (influência das vanguardas);
·         Liberdade de expressão, cotidiano, linguagem coloquial;
·         Poesia nominal (feita principalmente com uso de substantivos);
·         Valorização de temas e elementos da paisagem nacional.

MANIFESTOS DA 1ª FASE DO MODERNISMO


·         Manifesto Pau-Brasil (afrancesado)- pregava o nacionalismo numa linha primitivista, de valorização do passado histórico, mas sempre de forma crítica.
·         Manifesto Verde-Amarelo - defendia o patriotismo em excesso e teve clara tendência nazifascista.
·         Escola da Anta - Ufanismo / exaltação do Brasil e, ao mesmo tempo, hostilidade à cultura estrangeira. A ideologia fascista - baseada no racismo - também estava presente nesse manifesto;
·         Antropofagia – a  finalidade principal era remodelar a cultura nacional.

       

Exercite - gramática

Vamos treinar?


 Responda às questões propostas.

01 ( IFSC 2011) Assinale a única alternativa na qual está correta a concordância verbal, segundo a norma padrão da língua portuguesa.
a) Aconteceu alguns fatos muito estranhos no ano passado.
b) Nem faziam dois meses que ela se fora.
c) A retirada das tropas levariam algum tempo ainda.
d) Foi conseguido muitas doações para os desabrigados.
e) Se houvesse interessados, ele venderia o barco.

02 (UNIFESP 2005) Senhor feudal
Se Pedro Segundo
Vier aqui
Com história
Eu boto ele na cadeia.               (Oswald de Andrade)

De acordo com a norma padrão, o último verso assumiria a seguinte forma:
a) Eu boto-lhe na cadeia.
b) Boto-no na cadeia.
c) Eu o boto na cadeia.
d) Eu lhe boto na cadeia.
e) Lhe boto na cadeia.

03 (PUC-PR 2003) Assinale a alternativa em que o pronome colocado entre parênteses NÃO preenche corretamente as lacunas.
a) O mal-entendido ____ aborreceu demais. (os)
b) Não fiquem preocupados: nós ____ ajudaremos. (lhes)
c) Na verdade, em muito pouco _____ ajudaríamos. (as)
d) Admiro ____ a dedicação para com o irmão. (lhe)
e) Posso dizer que ainda não ____ conheço bem. (a)

04 (Espcex 2014) Assinale a alternativa em que a palavra bastante(s) está empregada corretamente, de acordo com a norma culta da Língua.
a) Os rapazes eram bastantes fortes e carregaram a caixa.
b) Há provas bastante para condenar o réu.
c) Havia alunos bastantes para completar duas salas.
d) Temos tido bastante motivos para confiar no chefe.
e) Todos os professores estavam bastantes confiantes.

05 (CPS 2010)  Considere o texto a seguir que nos informa sobre a continuidade do trabalho desempenhado por esses grupos.
Os alunos dessa sala, após os devidos esclarecimentos feitos pela professora, resolveram transformar o que estudaram em dicas ecopráticas e publicar essas dicas ecopráticas no portal da escola. Para isso, redigiram um manual explicativo e digitaram esse manual explicativo, acrescentando ilustrações dos próprios colegas.

A repetição dos termos, que estão em destaque no texto, pode ser evitada pelo emprego adequado dos pronomes. Assinale a alternativa em que isso ocorre.
a) publicar-lhes ... o digitaram
b) publicar-lhes ... lhe digitaram
c) publicá-las ... o digitaram
d) publicar-las ... lhe digitaram
e) publicá-las ... digitaram-o

06 (CPS 2007) Leia as orientações que uma empresa, preocupada com o meio ambiente, passou aos seus funcionários.
- Avalie se é mesmo necessário imprimir algo que já está gravado em seu computador.
- Utilize melhor as folhas, NÃO JOGUE AS FOLHAS FORA e aproveite o verso para fazer anotações e rascunhos.
- Retire seu nome do 'mailing' de empresas que não interessam.
- Leve os papéis já aproveitados para nosso posto de coleta seletiva.

Assinale a alternativa em que o trecho, em destaque, está reescrito de acordo com a norma padrão da língua portuguesa.
a) ... não jogue-as fora...
b) ... não as jogue fora...
c) ... não jogue elas fora...
d) ... não jogue-lhes fora...
e) ... não lhes jogue fora...

07 (UERJ 2000) MANIFESTO DA POESIA PAU-BRASIL (fragmento)

Lançado por Oswald de Andrade, no CORREIO DA MANHÃ, em 18 de março de 1924.

1    Houve um fenômeno de democratização estética nas cinco partes sábias do mundo. Instituíra-se o naturalismo. Copiar. Quadro de carneiros que não fosse lã mesmo não prestava. A interpretação do dicionário oral das Escolas de Belas-Artes queria dizer reproduzir igualzinho... Veio a pirogravura. As meninas de todos os lares ficaram artistas. Apareceu a máquina fotográfica. E com todas as prerrogativas do cabelo grande, da caspa e da misteriosa genialidade de olho virado - o artista fotógrafo.
2    Na música, o piano invadiu as saletas nuas, de folhinha na parede. Todas as meninas ficaram pianistas. Surgiu piano de manivela, o piano de patas. A Playela. E a ironia eslava compôs para a Playela. Stravinski.
3    A estatuária andou atrás. As procissões saíram novinhas das fábricas.
4    Só não se inventou uma máquina de fazer versos - já havia o poeta parnasiano.
(...)
5    Nossa época anuncia a volta ao sentido puro.
6    Um quadro são linhas e cores. A estatuária são volumes sob a luz.

7    A poesia Pau-Brasil é uma sala de jantar domingueira, com passarinhos cantando na mata resumida das gaiolas, um sujeito magro compondo uma valsa para flauta e a Maricota lendo o jornal. No jornal anda todo o presente.
(apud TELES, Gilberto M. Vanguarda Europeia e Modernismo brasileiro. Petrópolis: Vozes, 1977.) 

"SÓ NÃO SE INVENTOU UMA MÁQUINA DE FAZER VERSOS - JÁ HAVIA O POETA PARNASIANO." (par. 1) Nesse trecho a opção pelo emprego do travessão evita a utilização explícita de um conectivo entre as duas orações. Mantidos o sentido original e a coerência textual, o autor poderia ter optado pelo uso da seguinte conjunção:
a) pois
b) quando
c) entretanto
d) se bem que
e) mas

08 (UERJ 2014 - adaptada  ) A namorada
Havia um muro alto entre nossas casas.
1 Difícil de mandar recado para ela.
Não havia e-mail.
20 pai era uma onça.
A gente amarrava o bilhete numa pedra presa por um cordão
E pinchava a pedra no quintal da casa dela.
[...]
Manoel de Barros. Poesia completa. São Paulo: Leya, 2010.

Difícil de mandar recado para ela.
Não havia e-maiI.
O pai era uma onça. (ref. 1)


O primeiro verso estabelece mesma relação de sentido com cada um dos dois outros versos. Um conectivo que expressa essa relação é:
a) porém
b) porque
c) embora
d) portanto
e) logo

09 (MACKENZIE) Assinale o período em que a oração destacada exerce a função de complemento nominal.
a) Estou certa de que você nunca me compreenderá.
b) Nunca precisei de que você defendesse os meus interesses.
c) De tanto gritar, você acabará rouca.
d) Informei-a de que já conquistei novas amizades.
e) Lembre-se de que, com esse gênio, você ficará sozinha.

10 (ENEM 2016) Da corrida de submarino à festa de aniversário no trem
Leitores fazem sugestões para o Museu das Invenções Cariocas
“Falar ‘caraca!’ a cada surpresa ou acontecimento que vemos, bons ou ruins, é invenção do carioca, como também o ‘vacilão’.”
“Cariocas inventam um vocabulário próprio”. “Dizer ‘merrmão’ e ‘é merrmo’ para um amigo pode até doer um pouco no ouvido, mas é tipicamente carioca.”
“Pedir um ‘choro’ ao garçom é invenção carioca.”
“Chamar um quase desconhecido de ‘querido’ é um carinho inventado pelo carioca para tratar bem quem ainda não se conhece direito.”
“O ‘ele é um querido’ é uma forma mais feminina de elogiar quem já é conhecido.”

SANTOS, J. F. Disponível em: www.oglobo.globo.com. Acesso em: 6 mar. 2013 (adaptado).

Entre as sugestões apresentadas para o Museu das Invenções Cariocas, destaca-se o variado repertório linguístico empregado pelos falantes cariocas nas diferentes situações específicas de uso social. A respeito desse repertório, atesta-se o (a)
a) desobediência à norma-padrão, requerida em ambientes urbanos.
b) inadequação linguística das expressões cariocas às situações sociais apresentadas.
c) reconhecimento da variação linguística, segundo o grau de escolaridade dos falantes.
d) identificação de usos linguísticos próprios da tradição cultural carioca.
e) variabilidade no linguajar carioca em razão da faixa etária dos falantes.

                                      OBS: Questões de vestibulares realizados por diversas instituições - crédito indicado no início de cada questão.