quinta-feira, 5 de julho de 2018

As cinco competências da redação do Enem.






A pontuação de cada competência da redação do Enem é dividida em seis (6) níveis: 200, 160, 120, 80, 40 ou 0 pontos.





 Competência 1: Demonstrar domínio da modalidade escrita formal da Língua Portuguesa.

OBSERVAÇÃO Nessa competência será avaliado o rigor gramatical (uso da norma culta), o que não significa usar palavras rebuscadas cujo significado o candidato desconheça. Adote um vocabulário simples evitando gírias, marcas da oralidade e clichês.

Competência 2: Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo em prosa.

OBSERVAÇÃO: O primeiro passo é ler com muita atenção cada palavra que constitui o tema e os textos motivadores. Na escrita, elaborar o texto respeitando a estrutura do texto dissertativo - argumentativo (introdução, desenvolvimento e conclusão) e em prosa               (parágrafos). É importante que o candidato faça uso dos conhecimentos adquiridos nas leituras dos noticiários e ao longo da sua formação acadêmica (conhecimentos  sociológicos, filosóficos, históricos, ambientais, geográficos, literários, culturais, entre outros). Nessa perspectiva, é válido usar citação (dando crédito ao autor), fazer alusão histórica e exemplificação.

Competência 3: Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.
OBSERVAÇÃO: O foco é a defesa do seu ponto de vista, o que deve ser feito com argumentos sólidos e  verossímeis.
Lembre-se: Se na introdução (em que você apresentou a tese) você usou dois (2) argumentos para sustentá-la, o ideal é que sejam dois (2) parágrafos no desenvolvimento, sendo um (1) parágrafo para cada argumento, ou seja, apresente nova ideia em cada parágrafo, mas sempre relacionada à introdução e que leve à conclusão.

Competência 4: Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação.
OBSERVAÇÃO: Essa competência se refere à capacidade de articular as ideias e construção de argumentos claros. Clareza, coesão e coerência são fundamentais para viabilizar o entendimento do texto, o que é feito com o emprego dos conectores (pronomes, conjunções, advérbios etc.). Outra forma de garantir a coesão e clareza ao texto é evitando períodos longos, repetição de palavras (use sinônimos)  e argumentos, como também escrever as estruturas sintáticas completas (concluir cada sentença).

Competência 5: Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos.

OBSERVAÇÃO: Na conclusão, a banca requer que o candidato sugira uma solução que seja plausível para a situação – problema apresentado no tema, ou seja, medidas que podem ser adotadas para amenizar o problema (o candidato deve ser bem realista). Cabe apontar medidas preventivas e interventivas, citando os agentes de mudança (o cidadão, a sociedade civil organizada, o poder público, ONGs, instituições sociais, mídia), deixando bem claro quem deve executar tais medidas e como fazê-las.

quarta-feira, 6 de junho de 2018

Os Sertões


OS SERTÕES - EUCLIDES DA CUNHA
                                                  O sertanejo é, antes de tudo, um forte”
“Os Sertões” é uma das obras mais emblemáticas do escritor pré-modernista Euclides da Cunha (1866-1909), publicada em 1902. A obra narra os acontecimentos da Guerra de Canudos, liderada por Antônio Conselheiro (1830-1897), ocorrida no interior da Bahia no período compreendido entre 1896 e 1897. Essa obra representa um marco da literatura e na história do Brasil.
É um relato histórico e literário, uma vez que a campanha militar descrita na obra “Os Sertões” contou com a participação do escritor e jornalista Euclides da Cunha, convidado pelo Jornal Estado de São Paulo para cobrir a guerra no Arraial de Canudos. Sua obra reúne história, literatura e jornalismo.
Trata-se de uma prosa científica, artística e de caráter crítico, sendo que desmistifica a visão idealista do índio herói e do negro trabalhador, abordado com entusiasmo pelos escritores do romantismo.
Os Sertões” é considerada como a primeira grande interpretação da realidade brasileira que, buscando compreender o meio áspero em que vivia o jagunço do sertão nordestino, denunciava uma campanha militar que investia contra o fanatismo religioso advindo da miséria e do abandono do homem do sertão.
A obra “Os Sertões” foi desenvolvida em três partes: A Terra, O Homem e A Luta.
         1ª PARTE -  A Terra: Descrição detalhada do cenário em que se desenrolou a ação - o sertão nordestino. O autor destaca as características do lugar, o clima, o solo, o relevo, a fauna, a flora, a seca que assola a região.


       2ª PARTE - O Homem: Descrição do sertanejo, da sua relação com o meio, sua gênese etnológica, sua resistência, suas crenças e costumes, bem como as condições de vida e resistência.  Há ainda o foco na figura de Antônio Conselheiro,  líder de Canudos.
O sertanejo é, antes de tudo, um forte. Não tem o raquitismo exaustivo dos mestiços neurastênicos do litoral. A sua aparência, entretanto, ao primeiro lance de vista, revela o contrário. Falta-lhe a plástica impecável, o desempeno, a estrutura corretíssima das organizações atléticas. É desgracioso, desengonçado, torto. Hércules-Quasímodo, reflete no aspecto a fealdade típica dos fracos. […] esta aparência de cansaço ilude. Nada é mais surpreendedor do que vê-la desaparecer de improviso. Naquela organização combalida operam-se, em segundos, transmutações completas. Basta o aparecimento de qualquer incidente exigindo-lhe o desencadear das energias adormecidas. O homem transfigura-se.” 
     3ª PARTE - A Luta: Relato sobre as quatro expedições a Canudos, criando o retrato real só possível pela testemunha ocular da fome, da peste, da miséria, da violência e da insanidade da guerra.
O livro retrata o absurdo de um massacre que começou por um motivo tolo, pois havia a suspeita de que os “monarquistas” de Canudos, liderados por seu “famigerado e bárbaro” líder tinham apoio externo. Canudos causou a ira dos governantes do Brasil por que Conselheiro pregava contra a República e instigava os jagunços contra o governo. Assim, ocorreram o que Euclides chamou de "...loucuras e crimes das nacionalidades" referindo-se aos os crimes cometidos pela República contra os sertanejos. “No final, foi apenas um massacre violento onde estavam todos errados e o lado mais fraco resistiu até o fim com seus derradeiros defensores – um velho, dois adultos e uma criança”. De acordo com o autor, quem teve uma resistência feroz foram os defensores:  do Arraial.




domingo, 3 de junho de 2018

Exercite - Literatura

Vamos treinar? - Responda às questões propostas sobre o Modernismo.



01 (ENEM 2006 ) NAMORADOS
O rapaz chegou-se para junto da moça e disse:
-Antônia, ainda não me acostumei com o seu corpo, com sua cara.
A moça olhou de lado e esperou.
-Você não sabe quando a gente é criança e de repente vê uma lagarta listrada?
A moça se lembrava:
-A gente fica olhando...
A meninice brincou de novo nos olhos dela.
O rapaz prosseguiu com muita doçura:
-Antônia, você parece uma lagarta listrada.
A moça arregalou os olhos, fez exclamações.
O rapaz concluiu:
-Antônia, você é engraçada! Você parece louca.
Manuel Bandeira. Poesia completa 8. prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1985.
No poema de Bandeira, importante representante da poesia modernista, destaca-se como característica da escola literária dessa época
a) a reiteração de palavras como recurso de construção de rimas ricas.
b) a utilização expressiva da linguagem falada em situações do cotidiano.
c) a criativa simetria de versos para reproduzir o ritmo do tema abordado.
d) a escolha do tema do amor romântico, caracterizador do estilo literário dessa época.
e) o recurso ao diálogo, gênero discursivo típico do Realismo.

02 (ENEM 2010) Após estudar na Europa, Anita Malfatti retornou ao Brasil com uma mostra que abalou a cultura nacional do início do século XX. Elogiada por seus mestres na Europa, Anita se considerava pronta para mostrar seu trabalho no Brasil, mas enfrentou as duras criticas de Monteiro Lobato. Com a intenção de criar uma arte que valorizasse a cultura brasileira, Anita Malfatti e outros artistas modernistas

a) buscaram libertar a arte brasileira das normas acadêmicas europeias, valorizando as cores, a originalidade e os temas nacionais.
b) defenderam a liberdade limitada de uso da cor, até então utilizada de forma irrestrita, afetando a criação artística nacional.
c) representaram a ideia de que a arte deveria copiar fielmente a natureza, tendo como finalidade a pratica educativa.
d) mantiveram de forma fiel a realidade nas figuras retratadas, defendendo uma liberdade artística ligada a tradição acadêmica.
e) buscaram a liberdade na composição de suas figuras, respeitando limites de temas abordados.

03 (PUC-RS 2010) Leia o trecho Memórias sentimentais de João Miramar, de Oswald de Andrade.

"A costa brasileira depois de um pulo de farol sumiu como um peixe. O mar era um oleado azul. O sol afogado queimava arranha-céus de nuvens. Dois pontos sujaram o horizonte faiscando longínquos bons dias sem tio. Os olhos hipócritas dos viajantes andavam longe dos livros - agora polichinelos sentados nas cadeiras vazias."
A aproximação do texto literário à prosa cinematográfica, caracterizada pela permite afirmar que o fragmento acima, de autoria de Oswald de Andrade, enquadra-se na estética
a) simultaneidade de imagens / modernista.
b) exaltação de objetos / romântica.
c) presença da ironia / realista.
d) idealização da paisagem / pós-moderna.
e) exploração do local / simbolista.

04 (FGV 2005)  Ao retornar da Europa, em 1912, entusiasmado com as ideias do _________ em especial naquilo que se refere a Arte e à Literatura, _______ passa a preconizar que ambas devem adequar-se a era da velocidade das locomotivas, dos aeroplanos, dos automóveis, à era das máquinas, enfim, ao desenvolvimento tecnológico e que, para isso, era necessário romper com o passado, com a tradição. Mais tarde, entra em contato com outras propostas vanguardistas europeias, de que surgirão outros movimentos por ele liderados, como o Movimento ________.

Preenche corretamente as lacunas a alternativa:
a) Dadaísmo - Plínio Salgado - Verde-amarelo.
b) Concretismo - Manuel Bandeira - Regionalista.
c) Futurismo - Oswald de Andrade - Antropofágico.
d) Cubismo - Ronald de Carvalho - Construtivista.
e) Surrealismo - Mário de Andrade - Nativista.

05 (UNIFESP 2005)
SENHOR FEUDAL

Se Pedro Segundo
Vier aqui
Com história
Eu boto ele na cadeia.
(Oswald de Andrade)

Considere as seguintes características do Modernismo brasileiro:

I. busca de uma língua brasileira;
II. versos livres;
III. ironia e humor.

Nos versos de Oswald de Andrade,

a) apenas I está presente.
b) apenas III está presente.
c) apenas I e II estão presentes.
d) apenas I e III estão presentes.
e) I. II e III estão presentes.

06 (ENEM 2016)
O bonde abre a viagem,
No banco ninguém,
Estou só, stou sem.
Depois sobe um homem,
No banco sentou,
Companheiro vou.
O bonde está cheio,
De novo porém
Não sou mais ninguém.

ANDRADE, M. Poesias completas. Belo Horizonte: Vila Rica, 1993.

O desenvolvimento das grandes cidades e a consequente concentração populacional nos centros urbanos geraram mudanças importantes no comportamento dos indivíduos em sociedade. No poema de Mário de Andrade, publicado na década de 1940, a vida na metrópole aparece representada pela contraposição entre
a) a solidão e a multidão.
b) a carência e a satisfação.
c) a mobilidade e a lentidão.
d) a amizade e a indiferença.
e) a mudança e a estagnação.
07 ( UFPR 2012) "A ambição do grupo [modernista] era grande: educar o Brasil, curá-lo do analfabetismo letrado, e, sobretudo, pesquisar uma maneira nova de expressão, compatível com o tempo do cinema, do telégrafo sem fio, das travessias aéreas intercontinentais".
(Boaventura, M. E. A Semana de Arte Moderna e a Crítica Contemporânea: vanguarda e modernidade nas artes brasileiras. Conferência - IEL-Unicamp, 2005, p.5-6. Fonte: http://www.iar.unicamp.br/dap/vanguarda/artigos.html).

Conforme o trecho acima e os conhecimentos sobre a Semana de Arte Moderna de 1922 e o modernismo brasileiro subsequente, é correto afirmar
a) A Semana de 1922 marcou o modernismo inspirado em vanguardas europeias, buscando uma nova arte com uma identidade brasileira experimental, miscigenada, antropofágica e cosmopolita. O movimento celebrava o progresso da nação, simbolizado pelo desenvolvimento da cidade de São Paulo.
b) A Semana foi o grande marco da arte moderna brasileira, caracterizando-se pela busca por uma imitação do surrealismo e do cubismo, realizada por acadêmicos em constante contato com os artistas europeus.
c) A Semana de 1922 somou-se ao regionalismo nordestino para mostrar as raízes da cultura brasileira, recusando qualquer interferência da arte estrangeira. Os modernistas fizeram, com isso, uma forte crítica à modernização e a alfabetização brasileira.
d) Monteiro Lobato e Mário de Andrade lideraram a Semana de 1922, que teve o intuito de aliar as produções mais recentes no campo da música, literatura e artes plásticas futuristas com as obras tradicionalistas da arte brasileira.
e) Os modernistas passaram a se organizar, depois da Semana de 1922, para efetivar uma arte revolucionária nos moldes do realismo soviético, pois acreditavam na conscientização da população para uma mudança no poder.

08 (PUC-PR 2007) Assinale a alternativa correta para as características do Modernismo de 1922, também chamado de "fase heroica".
a) Espírito polêmico e destruidor, valorização poética do cotidiano, nacionalismo, busca da originalidade a qualquer preço.
b) Temática ampla com preocupação filosófica, predomínio do romance regionalista, valorização do cotidiano, nacionalismo.
c) Espírito polêmico, busca da originalidade, predomínio do romance psicológico, valorização da cidade e das máquinas.
d) Visão futurista, espírito polêmico e destruidor, predomínio da prosa poética, valorização da cidade e das máquinas.
e) Valorização poética do cotidiano, linguagem repleta de neologismos, nacionalismo e busca da poesia na natureza.

09 (UNIRIO 1995) Em relação ao Modernismo, podemos afirmar que em sua primeira fase há:

a) maior aproximação entre a língua falada e a escrita, valorizando-se literariamente o nível coloquial.
b) pouca atenção ao valor estético da linguagem, privilegiando o desenvolvimento da pesquisa formal.
c) grande liberdade de criação, mas expressão pobre.
d) reconquista do verso livre.
e) ausência de inspiração nacionalista.

10 (UNIFESP 2008) Sobre Mário de Andrade e a Semana de 22, afirma-se:

I. A Semana desencadeou na cultura brasileira um período que Mário denominou "orgia intelectual", favorecida pelas mãos da burguesia culta do Rio de Janeiro e de São Paulo, da qual ele era um representante.
II. Apesar de estar em contato com as novas tendências das artes, Mário manteve-se fiel àqueles que os modernistas chamaram de "conservadores", em geral os parnasianos, dos quais sua obra recebe influência decisiva.
III. Ao contrário de Oswald, que era irreverente em relação à dominação cultural europeia, Mário não tinha um projeto literário em que houvesse preocupação significativa com a cultura nacional.

Está correto apenas o que se afirma em
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) Il e III.


11 (ENEM 2012) O trovador

Sentimentos em mim do asperamente
dos homens das primeiras eras...
As primaveras do sarcasmo
intermitentemente no meu coração arlequinal...
Intermitentemente...
Outras vezes é um doente, um frio
na minha alma doente como um longo som redondo...
Cantabona! Cantabona!
Dlorom...
Sou um tupi tangendo um alaúde!

ANDRADE, M. In: MANFIO, D. Z. (Org.) Poesias completas de Mário de Andrade. Belo Horizonte: Itatiaia, 2005.

Cara ao Modernismo, a questão da identidade nacional é recorrente na prosa e na poesia de Mário de Andrade. Em O trovador, esse aspecto é
a) abordado subliminarmente, por meio de expressões como “coração arlequinal” que, evocando o carnaval, remete à brasilidade.
b) verificado já no título, que remete aos repentistas nordestinos, estudados por Mário de Andrade em suas viagens e pesquisas folclóricas.
c) lamentado pelo eu lírico, tanto no uso de expressões como “Sentimentos em mim do asperamente” (v. 1), “frio” (v. 6), “alma doente” (v. 7), como pelo som triste do alaúde “Dlorom” (v. 9).
d) problematizado na oposição tupi (selvagem) x alaúde (civilizado), apontando a síntese nacional que seria proposta no Manifesto Antropófago, de Oswald de Andrade.
e) exaltado pelo eu lírico, que evoca os “sentimentos dos homens das primeiras eras” para mostrar o orgulho brasileiro por suas raízes indígenas.

12 (UNESP 1990)

"Só a Antropofagia nos une. Socialmente. Economicamente. Filosoficamente."
"Única lei do mundo. Expressão mascarada de todos os individualismos, de todos os coletivismos. De todas as religiões. De todos os tratados de paz."
"Tupi, or not tupi that is the question"

(Fragmento do "Manifesto Antropófago" de Oswald de Andrade)

Analisando as ideias contidas nesses fragmentos, assinale a única alternativa que julgar INCORRETA.
a) O "Manifesto Antropófago" de Oswald de Andrade articula-se ao movimento antropófago do Modernismo brasileiro, cuja expressão máxima se deu em "Macunaíma" de Mário de Andrade.
b) Em "Tupi, or not tupi that is the question", está implícita a crítica ao espírito de nacionalidade, falseado pelo estrangeirismo exacerbado entre nós, até os adventos do Modernismo.
c) Ainda nos fragmentos acima citados, deve-se entender não a aversão à cultura estrangeira, mas a dialética de conjunção das raízes nacionais à cultura europeia.
d) A leitura dos três fragmentos acaba por desvendar a crítica à cultura brasileira que não estaria muito distante do primitivismo antropofágico.
e) O "Manifesto Antropófago" propõe a mobilidade cultural advinda da mobilidade do pensamento e dos valores do homem em sociedade.

13 (ENEM 2017) O farrista

Quando o almirante Cabral
Pôs as patas no Brasil
O anjo da guarda dos índios
Estava passeando em Paris.
Quando ele voltou de viagem
O holandês já está aqui.
O anjo respira alegre:
“Não faz mal, isto é boa gente,
Vou arejar outra vez.”
O anjo transpôs a barra,
Diz adeus a Pernambuco,
Faz barulho, vuco-vuco,
Tal e qual o zepelim
Mas deu um vento no anjo,
Ele perdeu a memória...
E não voltou nunca mais.

MENDES. M. História do Brasil. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1992

A obra de Murilo Mendes situa-se na fase inicial do Modernismo, cujas propostas estéticas transparecem, no poema, por um eu lírico que
a) configura um ideal de nacionalidade pela integração regional.
b) remonta ao colonialismo assente sob um viés iconoclasta.
c) repercute as manifestações do sincretismo religioso.
d) descreve a gênese da formação do povo brasileiro.
e) promove inovações no repertório linguístico.

14 (UFC 2008 ) No cordel Antônio Conselheiro, lemos:

"Este cearense nasceu / lá em Quixeramobim, / se eu sei como ele viveu, / sei como foi o seu fim. / Quando em Canudos chegou, / com amor organizou / um ambiente comum / sem enredos nem engodos, / ali era um por todos / e eram todos por um"

A história de Antônio Conselheiro, líder da Revolta de Canudos, evocada por Patativa, é tema também de:
a) "O Quinze", de Raquel de Queiroz.
b) "Os Sertões", de Euclides da Cunha.
c) "Macunaíma", de Mário de Andrade.
d) "Vidas Secas", de Graciliano Ramos.
e) "Grande Sertão: Veredas", de Guimarães Rosa.

15 (UEG 2012 - adaptado) Momento num café

Manuel Bandeira

Quando o enterro passou
Os homens que se achavam no café
Tiraram o chapéu maquinalmente
Saudavam o morto distraídos
Estavam todos voltados para a vida
Absortos na vida
Confiantes na vida.

Um no entanto se descobriu num gesto largo e demorado
Olhando o esquife longamente.
Este sabia que a vida é uma agitação feroz e sem finalidade,
Que a vida é traição,
E saudava a matéria que passava
Liberta para sempre da alma extinta.

Estrela da vida inteira. 20. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993. p. 155.

Em termos estruturais, verifica-se, no poema, uma característica do Modernismo, a presença de versos
a) livres.
b) brancos.
c) regulares.
d) polimétricos.
e) silábicos.


OBS: Questões de vestibulares aplicados por diversas instituições - crédito no início de cada questão.